Projetos do Museu garantem memória dos jornais publicados em Londrina desde a década de 30

Projetos do Museu garantem memória dos jornais publicados em Londrina desde a década de 30

Com apoio do Promic, periódicos são inseridos no Banco de Dados Pergamum Museus, sistema informatizado de gerenciamento de dados.

Vários projetos do Museu Histórico de Londrina Padre Carlos Weiss têm recuperado e conservado a memória de jornais publicados na cidade desde seu início, ou seja, desde a década de 30, com a digitalização dos periódicos. Conforme explica a diretora do Museu, professora Edmeia Ribeiro (Departamento de História/CCH), são projetos do Fundo de Patrimônio do município de Londrina e do Programa Municipal de Incentivo à Cultura (Promic).

Em 2020, quando o Museu completou 50 anos, a instituição foi contemplada com recursos do Fundo e do Promic. O primeiro, no valor de 190 mil reais, garantiu trabalho com o acervo de imagens tridimensionais, fotografias e periódicos. No caso, com a Folha de Londrina. Intitulado “Museu Histórico de Londrina rumo aos 50 anos: conservação e disponibilização on-line de acervos”, entre 2020 e 2021 ele fez 42.863 digitalizações, além de um trabalho posterior com photoshop, para deixar as páginas bem enquadradas e com melhor resolução, ordenar os exemplares, renomear com data, converter em formato .pdf, baixar resolução em função do servidor e passar para formato .ocr, para aí colocar na Internet.

Projeto prevê a digitalização de 50 mil páginas de jornais da Folha de Londrina, que serão disponibilizados no Banco de Dados Pergamum Museus.

O Projeto financiado pelo Promic (2020-21) se chamava “Fotografias de família: rumo ao centenário de Londrina” e propiciou a inserção de 6 mil fotografias da Coleção Família no Pergamun Museus, além de produzir uma exposição virtual e a produção de um roteiro didático para ajudar professores em sala de aula. O Pergamum é um sistema informatizado de gerenciamento de dados que objetiva facilitar a gestão dos centros de informação e melhorar a rotina dos usuários. Ativo desde 1997, atualmente está em aproximadamente 8000 bibliotecas em todo o Brasil e na rede de museus do Paraná. Uma parceria do Conselho Estadual de Museus (Cosem) e Museu Paranaense viabilizou a adaptação de um software para ser usado no Padre Carlos Weiss.

Os dois projetos foram concluídos em setembro do ano passado mas outro do Promic foi aprovado, assegurando a continuidade do trabalho. Intitulado “Preservação de Coleções da Prefeitura Municipal de Londrina no Museu Histórico da cidade” teve início em janeiro e prevê a digitalização de 50 mil páginas de jornais da Folha de Londrina, vindos da Prefeitura, além de 4 mil fotografias. Os materiais serão inseridos no Banco de Dados Pergamum Museus, da Rede de Informações Museus Paraná, para consulta pública na Internet. O projeto prevê ainda uma exposição para o 87º aniversário da cidade, em dezembro, já em preparação para os festejos do centenário. Também será realizada uma campanha nas redes sociais com a hashtag “Na Manchete, Londrina 87” (mesmo nome da exposição) para compartilhamento de imagens da cidade colhidas pelos londrinenses.

Bibliotecária do Museu, Rosangela Ricieri Haddad: “Há muito trabalho ainda a ser feito”.

Projetos individuais

Outros dois projetos individuais contemplados no Promic finalizam em março deste ano e concedem bolsas a estagiários. Um deles, chamado de “Jornais Impressos: quantas lembranças de Londrina cabem em 7.000 mil páginas?”, propõe digitalizar, tratar e inserir no Banco de Dados Pergamum Museus, Rede de Informações Museus Paraná, do Sistema Estadual de Museus do Paraná, para consulta pública na Internet, 7.000 páginas de jornais impressos pertencentes à Coleção “Jornais Impressos” guardada pelo Museu Histórico de Londrina. Também produzir um número da revista digital Boletim do Museu Histórico sobre tema e resultados deste projeto.

O segundo projeto, “George Craig Smith, o marco zero: Londrina rumo aos 100 anos”, prevê a inserção de 1835 fotografias, entre álbuns fotográficos e fotos avulsas, e 820 negativos constituídos a partir de imagens registradas pelo próprio Smith ou que pertenciam ao acervo pessoal do engenheiro, chefe da expedição pioneira na região que veio a ser Londrina, além de 521 diapositivos. Após a revisão dos processos técnicos de conservação, a ideia é confeccionar e disponibilizar gratuitamente de um material didático (e-book) para ser usufruído por alunos do ensino municipal.

Trabalho extenso

De acordo com a bibliotecária do Museu, Rosangela Ricieri Haddad, há muito trabalho ainda a ser feito. O projeto com os jornais conta com quatro estagiários, estudantes dos cursos de História (2), Jornalismo e Ciências Sociais. No projeto com as fotografias atuam outros. O processo funciona assim: pega-se a folha do jornal, que nem sempre está inteira, paginada ou legível. Às vezes, porém, sequer está no acervo. Ela é fotografada, digitalizada (pares e ímpares separadamente) e depois passa por um tratamento de photoshop para ajustes e é renomeada. O jornal em versão digital é novamente montado (como que para ser lido) em .pdf e depois no formato .ocr, mais adequado para pesquisa. Finalmente, é inserido no Pergamum, onde pode ser localizado.

Parte das edições veio da Biblioteca Municipal, que passou por uma reforma e doou exemplares da Folha de Londrina, Diário Oficial e Jornal de Londrina. Este último, bem como a Folha Norte, são digitalizados fora do projeto. O Museu também já havia digitalizado, via projeto do Promic, o jornal Paraná Norte, que circulou em Londrina entre 1934 e 1953. Está no Pergamum e possibilita várias entradas, ou seja, facilita a pesquisa. Rosangela conta que foi realizada uma campanha para conseguir a maior quantidade possível de exemplares, e alguns vieram da Biblioteca Estadual, em Curitiba, e até da Biblioteca Nacional, em microfilme.

Já a Folha de Londrina está, no projeto, tendo suas edições desde 1948 digitalizadas. Como de 2004 para cá, segundo Rosangela, já está tudo digitalizado, o projeto deve ir até 2003. No momento, está nos anos 70.

As imagens ficam em baixa resolução mas, se algum pesquisador precisa de maior resolução, o Museu oferece este serviço ao preço de 2 reais. A instituição guarda o arquivo original, isto é, a fotografia antes do tratamento de photoshop. Quanto às edições impressas já digitalizadas, elas são enviadas para o Sistema de Arquivos da UEL (SAUEL), na rodovia PR 445. O trabalho de indexação corre paralelo.

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