Thiago e Xarife: deficiente visual fará palestra na UEL sobre relação com cão-guia nesta terça (21)

Thiago e Xarife: deficiente visual fará palestra na UEL sobre relação com cão-guia nesta terça (21)

As inscrições são gratuitas e já estão abertas; no evento, Thiago vai falar da própria experiência e da parceria com seu cão-guia.

A relação de Xarife com Thiago é mais do que uma relação de um cachorro com seu dono. Xarife é um alicerce físico e emocional que auxilia Thiago nas atividades do dia a dia. O relato desta experiência será tema da palestra “Enxergando no Escuro: O suporte de cães-guia às pessoas com deficiência visual”, que será ministrada na próxima terça-feira (21), às 9h, pelo psicólogo Thiago Bornia. A palestra será realizada no Anfiteatro Cyro Grossi (CCB) e é aberta para todos os interessados. As inscrições podem ser feitas gratuitamente neste endereço e a participação da direito ao certificado.

A palestra está sendo organizada pelo professor do Departamento de Psicologia Geral e Análise do Comportamento (CCB), Guilherme Bracarense Filgueiras, e faz parte das atividades de um grupo de estudantes de Psicologia da UEL que se dedica a estudar princípios da aprendizagem com animais e como são feitos treinamentos com cães-guia. 

Thiago Bornia tem a Síndrome de Usher, doença hereditária que implica na perda progressiva da visão e na deficiência auditiva. A perda visual é, nestes casos, resultado da retinose pigmentar, uma doença degenerativa que, na maior parte das vezes, se manifesta na adolescência ou no começo da vida adulta. Com ele, o diagnóstico veio aos 12 anos de idade, havendo a perda da visão “aos poucos”. Já o diagnóstico para a síndrome veio posteriormente, conta Bornia. 

Uma característica fundamental na vida de Thiago atualmente, e que será o ponto-chave da palestra, é a parceria com seu cão-guia, o Xarife. É ele que dá o suporte necessário para tarefas do cotidiano e acompanha o tutor em suas atividades. Thiago está com Xarife há quatro anos e meio e conta que a parceria começou quando o cão tinha dois anos de idade. Para ele, os caminhos ganham uma nova dinâmica com a interação de Xarife.

O cão-guia, assim como a bengala, é utilizado na orientação e na locomoção das pessoas com deficiência visual. “O cão-guia gera autonomia para a pessoa com deficiência visual, porque a maneira que a gente vai encontrar os objetivos junto com o cão é diferente de quando a gente faz o uso de bengala”, conta ele. 

Thiago Bornia com seu cão-guia, Xarife. (Foto: Arquivo pessoal)

Thiago também conta que Xarife é doador de sangue para o Hospital Veterinário (HV) da UEL. A cada três meses, ele leva o cão para contribuir com o banco de sangue do HV. 

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