Cofundadora da Rede Lume estreia série sobre mulheres e direitos humanos na UEL FM
Cofundadora da Rede Lume estreia série sobre mulheres e direitos humanos na UEL FM
Programa “Direitos das Mulheres são Direitos Humanos” vai ao ar de 20 de novembro até 11 de dezembro.Documentos como a Declaração Universal dos Direitos Humanos e a Constituição Federal de 1988 garantem direitos iguais a todas as pessoas e aos brasileiros e brasileiras. Porém, determinados grupos sociais seguem tendo seus direitos violados cotidianamente. No caso das mulheres, a suposta universalidade de direitos continua sendo desafiada pelo patriarcado, o machismo, o racismo, a transfobia. Onde estamos falhando como sociedade? Como garantir que direitos expressos sejam efetivos?
Com o intuito de debater questões estruturais como essas, a jornalista Cecília França, cofundadora da Rede Lume, reuniu mulheres reais e diversas na série “Direitos das
mulheres são direitos humanos”, que teve estreou nesta segunda-feira (20), na UEL FM. E terá reprise nesta quarta (22), às 20 horas; e na sexta (24), às 15 horas.
O primeiro episódio reúne a Iyalorixá Cláudia Ikandayo, do Ilê Axé Ode Ayo; a ativista Lua Gomes, coordenadora regional da Central Única das Favelas (CUFA) e líder do Conexões Londrina; e a socióloga Silvana Mariano, fundadora do Neias-Observatório de Feminicídios Londrina e coordenadora do Laboratório de Estudos de
Feminicídios (LESFEM) da UEL.
“Quando idealizei esse programa eu quis unir duas temáticas sobre as quais tenho estudado, militado e trabalhado nos últimos anos: os direitos humanos e os direitos das mulheres. Por sugestão de uma colega, a jornalista Patrícia Zanin, da UEL FM, optei por reunir três mulheres com trajetórias diversas a cada programa. As trocas não poderiam ter sido mais ricas”, conta Cecília. Serão quatro episódios, com transmissão semanal inédita às segundas e reprise às quartas e sábados.
‘21 dias de ativismo’
O dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, marcou o início da campanha “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres” no Brasil. Criada nos anos 90 pela Organização das Nações Unidas (ONU), a campanha tem duração de 16 dias em outros países, culminando no Dia Internacional dos Direitos Humanos (10 de
dezembro).
Aqui a campanha teve o início antecipado para 20 de novembro. E o primeiro episódio do programa mostra que faz todo o sentido uma campanha de prevenção à violência contra meninas e mulheres coincidir com um dia de luta das pessoas negras.
“São as mulheres negras as mais atingidas pela pobreza, pelo desemprego, pela fome e pela violência. Se olharmos dados de feminicídios, por exemplo, nos últimos anos houve redução entre mulheres brancas e aumento entre as negras. Mas não somente violência física, elas também são as mais atingidas pela violência do
estado quando este não garante acesso a serviços, à cidadania; quando mata e encarcera em massa seus companheiros e filhos”, acrescenta a jornalista.
Opção de lutar
A Iyalorixá Cláudia Ikandayo, participante do primeiro episódio do programa, diz que ser negra a levou à militância. Para ela, não há outra opção diante de uma sociedade racista como a nossa. Hoje ela ocupa seus espaços de forma consciente, inclusive na Universidade, onde estuda Direito.
Lua Gomes, da CUFA, mãe solo de três meninas, chegou ao espaço universitário, mas não permaneceu. Chegou a ouvir de uma docente da época que ali não era seu lugar. Seu ativismo busca emancipar mulheres da periferia para que tenham autonomia econômica e, consequentemente, sobre suas vidas.
Com uma formação política vinda dos tempos de sindicato, Silvana Mariano estuda relações de gênero há décadas, mas foi há poucos anos que sua vida familiar foi atravessada pelo feminicídio e a levou à militância sobre o tema. No programa, ela comenta sobre a importância da interseccionalidade na garantia dos direitos humanos.
Próximos episódios
No segundo episódio, Cecília conversa com a paratleta do halterofilismo Márcia Menezes; com Meire Moreno, integrante da Rede Feminista de Saúde e do Néias; e com Raffaela Rocha, militante dos direitos das mulheres trans e dos direitos humanos.
No terceiro episódio, participam a indígena Guarani Amaue Jacintho, estudante de Ciências Sociais na UEL; Rita de Cassia Lemos, Mc e fundadora do coletivo Mulheres Amigas do Vista Bela; e Sandra Aguilera, coordenadora do Coletivo Black Divas.
O quarto episódio terá as presenças de Sueli Galhardi, presidenta do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (CMDM) e da antropóloga Martha Ramirez-Galvez, presidenta de Néias-Observatório de Feminicídios Londrina. Ao contrário dos anteriores, estarão somente duas mulheres e para entender a diferença, será preciso ouvir à série.
Rede Lume
Nascida em Londrina como espaço dedicado a noticiar temas invisibilizados e também amplificar vozes periféricas e divulgar a diversidade. Os fundadores são Cecília França e Nelson Bortolin, que já fizeram várias parcerias com a UEL FM. Foram três debates: dois em 2023 (“Letalidade policial no Paraná”, em março; e “Novo ensino médio: os impactos para a eduçação pública”, em abril). E o primeiro, em junho de 2022, sobre “Fake news e eleições: como enfrentar os impactos da desinformação”.
A Lume não tem patrocinadores e lançou campanha de financiamento coletivo. É possível, ainda, colaborar mensalmente, por meio do PIX 31.330.750-0001-55 (CNPJ).
Serviço:
Programa “Direitos das Mulheres são Direitos Humanos”
De 20 de novembro até 11 de dezembro
Episódios de estreia às segundas, ao meio-dia, nos dias 20 e 27
Dias 4 e 11 de dezembro às 10 horas
Reprises sempre às quartas, 20 horas, e sextas, às 15 horas
Produção e apresentação: Cecília França
Ouça na sintonia 107,9 FM do seu rádio ou aplicativo da UEL FM
(Nelson Bortolin/Rede Lume e Patricia Zanin Heitzmann/UEL FM)