Visita de professores de Toulouse fortalece Programa Brasil-França Agricultura

Visita de professores de Toulouse fortalece Programa Brasil-França Agricultura

Professores de Toulouse, França, vieram ao Brasil visitar novos e antigos parceiros do programa de intercâmbio Brafagri.

Na tarde da última sexta-feira (24), a Pró-Reitoria de Graduação (Prograd) foi tomada pela fusão entre francês e português, encontros e trocas, tudo embalado pelo aroma de café fresquinho. Três professores da Ecole Nationale Veterinarie de Toulouse, em Toulouse, na França, foram recebidos na UEL em uma visita ao campus e à cidade de Londrina. 

Gilles Meyer, professor em Medicina e Cirurgia em Ruminantes; Pedro Imazaki, Professor de Segurança de Alimentos e Françoise Artero, parte do corpo que gerencia o intercâmbio de estudantes do Programa Brasil França Agricultura (Brafagri) vieram ao Brasil para visitar parceiros, entre eles a UEL, o colaborador mais antigo. 

O programa Brafagri, financiado por meio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), tem quase 20 anos, mas esta foi a primeira vez que três professores vieram juntos à uma missão internacional na UEL. A Universidade foi a primeira na parceria, que se iniciou com as atividades de intercâmbio no curso de Agronomia, para depois agregar Zootecnia e Veterinária (CCA). Antes de pisar na terra vermelha, os docentes visitaram a Universidade Federal do Pará (UFPA) e a Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), a fim de “explorar o programa de ensino e a matriz curricular das diferentes escolas para a possibilidade de intercâmbio de alunos”. 

Gille Meyer e Françoise Artero se mostraram amantes da culinária brasileira.
(Fotos: André Ridão/Agência UEL)

Meyer, Imazaki e Artero chegaram em Londrina na tarde de quinta (23), já com vôo marcado para sábado (25). Na passagem, aproveitaram para um encontro com professores e parceiros do Brafagri, além de conhecer o Campus da UEL. Os visitantes tiveram uma reunião na Prograd onde foram recebidos pela Reitora Marta Favaro; o professor Valter Harry Bumbieris Junior, do Departamento de Zootecnia; a professora Lisiane Freitas de Freitas, Chefe de Gabinete da Reitoria; a professora Maria Elisa Wotzasek Cestari, Pró-Reitora de Graduação em exercício e a professora Lilian Kemmer Chimentão, da Diretoria de Apoio à Ação Pedagógica da Prograd. 

Estreitando laços 

Durante o encontro, a reitora frisou a importância de uma parceria tão antiga, além de agradecer a presença, dos professores. “A relação com a França e com a Escola tem sido fundamental, principalmente por termos a possibilidade de dupla diplomação, indispensável para a graduação”, destacou. 

As formalidades logo deram espaço para o café quentinho, pão de queijo e bolo de mandioca. Segundo os visitantes, as iguarias brasileiras foram um ponto alto da viagem. Meyer brinca que veio pelo “Brasil e pela comida”. Até mesmo a onda de calor que assolou o país podia ser vencida por uma caipirinha gelada segundo Artero. 

Os quitutes nacionais não foram o único fator da boa estadia. “Nós fomos muito acolhidos aqui no Brasil, o Gille e a Françoise ficaram muito à vontade desde o primeiro dia”, comentou Imazaki, o único falante fluente de português dentre os três. Segundo ele, o contato presencial e o encontro com colegas que trabalham juntos à distância faz toda a diferença. “Só estreitou mais esse laço, além da descoberta da culinária brasileira, da cultura brasileira, da caipirinha, dos peixes da Amazônia e da mandioca. Teve essa parte cultural que foi muito interessante”

Pedro Imazaki foi o mediador da conversa durante a reunião (Foto: André Ridão/ Agência UEL)

Meyer reforçou a importância do contato dentro de programas internacionais. “Isso nunca vai substituir o Skype, o Whatsapp e todos esses meios de comunicação modernos que a gente tem. Eles ajudam, claro, mas não substituem”. 

Com a proximidade, é possível uma quebra da frieza dos e-mails e ligações de fusos divergentes. Ao mesmo tempo que trabalhar com um  programa de intercâmbio é enriquecedor, também deve ser feito de forma sensível. “É importante a gente falar com os docentes, ter esse momentos de troca para saber como os nossos alunos passaram a estadia aqui, se correu bem, se houve algum problema, se eles conseguiram acompanhar o curso. Toda essa parte pedagógica a gente trouxe também para Londrina, assim como os alunos daqui se adaptaram na França”, explica Imazaki. 

Troca de Culturas

Atualmente, existem quatro alunos da UEL estudando na França através do Brafagri, em escolas de Veterinária e Agronomia. Imazaki destaca a importância da inserção acadêmica internacional durante a graduação, onde os alunos têm a oportunidade de conhecer outra cultura e outra realidade. “Essa mobilidade internacional faz você ver não somente a profissão com outros olhos, você conhece outra realidade de funcionamento, outras maneiras de fazer funcionar uma clínica, ou até mesmo encontrar outras adversidades que não existem no seu país. Você se enriquece como profissional ao trabalhar em outro ambiente”. 

A relação com novas pessoas e um novo idioma também é fundamental para os alunos de ambas as partes, tanto os recém chegados a um país diferente quanto para os anfitriões que os acolhem. “Individualmente você também cresce de uma maneira pessoal pois está fora da sua zona de conforto, então se torna uma pessoa muito mais aberta a outras culturas e realidades, ao mesmo tempo que se torna alguém mais preparado para lidar na vida profissional e pessoal com problemas que possam ocorrer no futuro”, ressalta Imazaki. “Para a comunidade estudantil, de uma maneira mais ampla, (o maior benefício) é mesmo a troca de cultura”. 

* Estagiária de jornalismo pela COM/UEL

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