UEL integra Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação (Napi) Hidrogênio

UEL integra Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação (Napi) Hidrogênio

Serão investidos cerca de R$ 3,7 milhões. Projeto conta com seis universidades, quatro estaduais e duas federais, e envolve oito programas de pós-graduação.

A Universidade Estadual de Londrina é uma das seis universidades que integram o Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação (Napi) Hidrogênio, lançado pelo Governo do Estado, por meio da Fundação Araucária (FA) e da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) nesta segunda-feira (6), em Curitiba. Cerca de cem convidados entre pesquisadores da área, representantes das universidades, do setor produtivo e do governo participaram do evento de lançamento, realizado presencialmente e online.

O Napi Hidrogênio tem como objetivo criar uma rede de pesquisa e inovação no Paraná, buscando articular ações que envolvam instituições públicas e privadas, de forma a impulsionar, principalmente, o desenvolvimento de tecnologias, a oferta de serviços, e a formação de recursos humanos especializados na área do hidrogênio renovável de baixo carbono, tendo como ação inicial prioritária o desenvolvimento da rota que utiliza a biomassa residual.

Serão investidos cerca de R$ 3,7 milhões para viabilizar as ações do novo arranjo, que já conta com vinte pesquisadores com atuação e destaque no tema do hidrogênio (H2) da UEL, UEM, Unicentro e Unioeste, além da UFPR e UTFPR. A estrutura conta com doze laboratórios envolvidos de oito programas de pós-graduação (PPG), além de parcerias com diversas instituições do Estado do Paraná que atuam na área de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I), setor produtivo e demais colaboradores. Pela UEL, integra o projeto a professora Deize Dias Lopes, do Departamento de Construção Civil (CTU).

Seguindo a Fundação Araucária, novos arranjos têm vocação para pesquisa colaborativa no estado (Fotos: Fundação Araucária).

O presidente da Fundação Araucária, Ramiro Wahrhaftig, reforçou que os novos arranjos têm a vocação de fazer pesquisa colaborativa no estado e que o Paraná tem uma rede extraordinária de pesquisadores. “Temos quase 23 mil doutores nas instituições de ciência, tecnologia e ensino superior do Paraná e na sociedade do conhecimento os doutores fazem muita diferença. Por isso precisam estar envolvidos nas ações em prol da comunidade”, afirmou o presidente.

Segundo o articulador do NAPI H2, professor da UFPR Helton José Alves, há muitas iniciativas que envolvem a produção do hidrogênio usando fontes de energias renováveis, mas o NAPI Hidrogênio tem como foco principal o desenvolvimento da rota tecnológica que envolve a biomassa como uma fonte de hidrogênio.  “Nesse contexto nós estamos falando de descarbonização da nossa economia, uma vez que nós substituímos o hidrogênio de origem fóssil por fontes que são renováveis, principalmente a biomassa”, explicou o pesquisador.

Pesquisa a serviço da sociedade

Os estragos ocorridos em decorrência das fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul foram citados pelo presidente da Associação Brasileira de Hidrogênio, Paulo Emílio Valadão de Miranda, como consequências da emergência climática ambiental. “O Brasil já é considerado um dos países em que há maior ocorrência de eventos climáticos extremos. Em função disso nós precisamos descarbonizar as atividades da nossa sociedade e, uma forma de fazer isso, é utilizando o hidrogênio que é um combustível que não carrega carbono então o seu uso não contribui com gazes do efeito estufa na atmosfera”, explicou Miranda.

Utilização do hidrogênio, que é um combustível que não carrega carbono em sua composição, e por isso não leva gases ao efeito estufa, foi o tema do evento.

Para o secretário da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldo Bona, é preciso ter os ativos tecnológicos, cada vez mais, comprometidos com gerar soluções aos problemas reais da sociedade. “Nós precisamos investir muito em ciência e tecnologia para que possamos construir uma realidade mais sustentável ao nosso planeta”, destacou o secretário.

O pesquisador Helton José Alves ressaltou que há um cenário favorável no Paraná que já possui a Lei 11.410/23, que cria a Política Estadual do Hidrogênio Renovável, sancionada pelo Governador Ratinho Júnior em maio de 2023. “O NAPI vem somar esforços a todas as iniciativas já existentes no Paraná de forma a promover o desenvolvimento da economia do hidrogênio, valorizar as cadeias produtivas que têm interface com este tema seja no quesito de matéria-prima, de serviço, logística, transporte ou uso final a partir de produtos derivados do H2”, destacou o articulador do NAPI Hidrogênio.   

O coordenador-geral de Tecnologias Setoriais do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Rafael Silva Menezes, apresentou um panorama das ações do ministério na área de energias renováveis que envolvem a temática do hidrogênio e elogiou a iniciativa paranaense. “O MCTI fez um grande esforço de se trabalhar em redes de pesquisa como acontece no Paraná com os novos arranjos buscando a otimização do uso de recursos públicos. Esta iniciativa, sem dúvida nenhuma, irá fortalecer o eixo de desenvolvimento tecnológico do Programa Nacional do Hidrogênio”, enfatizou o representante do MCTI.

Entre as instituições que serão parceiras do NAPI está o Tecpar Instituto de Tecnologia do Paraná. “O Tecpar gostaria de colaborar nesta linha de certificação do hidrogênio. Sempre no contexto de valorizar o produto paranaense e as pesquisas do Paraná”, salientou o diretor presidente, Celso Kloss.

Lançamento do projeto reuniu autoridades em Curitiba. NAPI Hidrogênio vai conduzir a produção de conhecimento de forma colaborativa nas universidades.

NAPIs

Os NAPIs têm como objetivo conduzir a produção de conhecimento de forma colaborativa pelos pesquisadores paranaenses, incitados por demandas reais de desenvolvimento de setores estratégicos para o Estado, mediante o aporte de recursos financeiros.

O diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação da Fundação Araucária, Luiz Márcio Spinosa, apresentou a estratégia dos novos arranjos de pesquisa e inovação. “Os NAPIs são criados e direcionados para atender demandas setoriais, regionais e estadual, de forma integrada e racionalizada para melhor aproveitamento de atores e ativos já existentes”, comentou.

Atualmente, já são 62 os Napis em operação no estado. Os novos arranjos de pesquisa estão focados na criação de riqueza e bem-estar, levando à maior assertividade dos instrumentos de apoio da Fundação Araucária e, consequentemente, melhor retorno sobre investimentos em pesquisa e desenvolvimento para a sociedade paranaense.

Entre os arranjos de pesquisa com atividades realizadas na UEL, estão 11: os NAPIs Bioinformática, Saúde, Taxonline, Norte (Centro de Inteligência Artificial Agro), Solar, Emergência Climática, Neurociências, Biodiversidade: Serviços Ecossistêmicos, Inova Vitis, Hidrogênio, Educação para o Futuro e Wood Tech, além do Hidrogênio. Ao todo, os programas somam R$ 6,8 milhões de reais em investimento do Governo do Estado.

Com informações da assessoria de imprensa da Fundação Araucária.

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