Ciência na Prática: Projeto de robótica e laboratórios maker nas escolas do Paraná

Ciência na Prática: Projeto de robótica e laboratórios maker nas escolas do Paraná

A iniciativa faz parte de uma rede maior, o Paraná Faz Ciência, que abrange 200 clubes de Ciência em escolas de todo o estado

Natalia Correia*

Agência UEL


Um projeto envolvendo robótica e laboratórios maker está sendo implementado
em 45 escolas do Paraná, como parte do programa ”Mais Ciência na Escola”,
coordenado pela professora Mariana Aparecida Bologna Soares de Andrade, da Universidade Estadual de Londrina (UEL). A iniciativa faz parte de uma rede maior, o ”Paraná Faz Ciência”, que já abrange 200 clubes de ciência em escolas de todo o estado. No entanto, este novo projeto tem características únicas e duração diferenciada.

A proposta, que envolve clubes de ciência com ênfase em robótica e laboratórios maker, terá duração de 12 meses e será implementada em escolas com índice de vulnerabilidade social. O objetivo é fornecer a essas instituições ferramentas que vão além da teoria, trazendo para o cotidiano dos alunos a prática da ciência e tecnologia. “Essas escolas vão receber equipamentos como Impressora 3D, máquina de corte a laser, microscópios, laptop, impressoras, fresadoras, scanner 3D”, afirma a professora Mariana, explicando que 15 das 45 escolas participantes terão uma abordagem mais focada na robótica, enquanto as outras 30 terão um enfoque mais geral em atividades “mão na massa”, com os laboratórios maker.

A seleção das escolas participantes priorizou instituições de regiões vulneráveis, como escolas agrícolas, em assentamentos e indígenas. Além disso, o projeto disponibilizará cinco bolsas por escola e um dos critérios para a escolha dos estudantes que receberão a bolsa é a inclusão de meninas e a priorização de alunos neurodivergentes e da comunidade LGBTQIAPN+, incentivando a diversidade e a representatividade dentro das atividades científicas.

Acompanhamento e Formação

O projeto contará com o apoio de professores bolsistas com experiência em robótica, que oferecerão cursos e suporte contínuo às escolas. “Nós vamos acompanhar essas instituições com técnicos especializados e também estudantes de iniciação científica”, explica a professora Mariana. Alunos de cursos da área de Ciências da UEL também participarão do acompanhamento, contribuindo para o desenvolvimento das atividades nas escolas.

O projeto representa uma oportunidade não apenas para o aprendizado
tecnológico, mas também para a construção de um vínculo maior entre os
alunos e o conhecimento científico. A professora destaca a importância desse
tipo de iniciativa na educação básica: “O objetivo não é que todos os estudantes sigam uma carreira científica, mas que desenvolvam uma compreensão e interesse maior pela ciência, o que é extremamente relevante para o desenvolvimento intelectual e crítico”.

Reconhecimento Estadual e Federal

O projeto foi selecionado por um edital do Ministério da Ciência, Tecnologia e
Inovações (MCTI), sendo o único contemplado no Paraná. Para a professora
Mariana essa conquista reflete o impacto que a UEL pode ter na educação
básica, especialmente em regiões vulneráveis: “É um edital que selecionou um
projeto por estado, e fomos escolhidos. Isso mostra o impacto que podemos
causar na educação básica”.

O projeto faz parte do NAPI (Novos Arranjos de Pesquisa e Inovação), que têm
como objetivo a transferência de conhecimento entre universidades e escolas.
“Esse projeto é voltado para a educação básica, e uma das nossas conquistas
junto ao governo do estado foi a transferência de bolsas para professores e
fomento para a compra de produtos para laboratório. Isso incentiva não só os
estudantes, mas também os professores a se interessarem pela ciência e por
carreiras científicas”, explica a professora.

O projeto dos laboratórios maker tem previsão para iniciar em fevereiro de
2025, quando as escolas já estarão equipadas e os alunos selecionados. A
expectativa é que, ao longo dos 12 meses, os clubes de ciência promovam
uma transformação significativa na forma como a ciência é vivenciada nas
escolas participantes.

Professora Mariana: a seleção das escolas participantes priorizou instituições de regiões
vulneráveis, como escolas agrícolas, em assentamentos e indígenas

*Estagiária de Jornalismo da COM.

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