UEL integra direção do Instituto Nacional de Nanotecnologia para Agricultura Sustentável

UEL integra direção do Instituto Nacional de Nanotecnologia para Agricultura Sustentável

Equipe, que reúne mais de 30 pesquisadores, 86 bolsistas e 31 colaboradores, foi aprovada em chamada em dezembro de 2023.

O professor Halley Caixeta de Oliveira, do Departamento de Biologia Animal e Vegetal (BAV), do Centro de Ciências Biológicas (CCB), assumiu a vice-coordenação do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Nanotecnologia para Agricultura Sustentável (INCT Nano-Agro), um dos 42 projetos de grande porte apoiados pelo Programa de INCTs, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Caberá ao grupo desenvolver inovações e se firmar como referência no desenvolvimento de nanotecnologias a serem aplicadas em agricultura sustentável no país.

Em dezembro passado, a equipe, que reúne mais de 30 pesquisadores, 86 bolsistas e 31 colaboradores vinculados a universidades, institutos de pesquisa de diferentes estados da federação (SP, MG, MT, PR, RS) e do Distrito Federal, conseguiu aprovação junto à Chamada 58/2022 direcionada a INCTs para investimento em qualificação de recursos humanos de alto nível e produção de conhecimento. O investimento é da ordem de R$ 7,8 milhões, direcionados a bolsas de estudo, equipamentos e aquisição de materiais.

O grupo é coordenado pelo pesquisador Leonardo Fraceto (ICTS-Unesp), juntamente com o Comitê Gestor composto por pesquisadores da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), Embrapa/Cenargen, Fundacentro, LNNano/CNPEM, Embrapa/Meio Ambiente e UFSM. Na UEL, além do professor Halley, a pesquisadora Cláudia Bueno dos Reis Martinez, do Departamento de Ciências Fisiológicas, coordenadora do Laboratório de Ecofisiologia Animal, integra a equipe principal de pesquisadores. Outros professores do CCB e do Centro de Ciências Agrárias (CCA) também participam como colaboradores.

Segundo o professor Halley, o projeto vai contribuir para transformar resultados de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) em produtos e processos sustentáveis para a produção de mudas florestais, através da interação com o setor produtivo. “O Brasil é um dos líderes mundiais em produção agrícola e em riqueza de biodiversidade. Como a nanotecnologia é área prioritária nas políticas públicas, o desenvolvimento de nanomateriais focados na exploração sustentável da biodiversidade brasileira para aplicações na agricultura e na restauração florestal é estratégico para o país”, considera o professor.

Segundo o professor Halley Caixeta de Oliveira, o projeto vai contribuir para transformar resultados de pesquisa em produtos e processos sustentáveis para a produção de mudas florestais (Arquivo).

Ele detalha que a nanotecnologia é uma ferramenta importante para ser utilizada em pesticidas, fertilizantes e reguladores de crescimento de plantas reduzindo o volume de produtos químicos no campo. Segundo ele, os processos de nanotecnologia podem ser compreendidos como materiais em escala nanométrica que liberam substâncias bioativas, interagindo nas células vegetais com maior eficácia.

Linhas de pesquisa

Uma das ações da UEL junto ao INCT está relacionada ao uso da atrazina nanoencapsulada para melhorar a sua absorção pelas plantas. A substância é utilizada como herbicida em culturas de milho, cana-de-açúcar e sorgo para o controle de ervas daninhas. Segundo o professor, o uso da substância encapsulada traz melhor rendimento, reduzindo a quantidade de herbicida químico no campo.

Outra linha de pesquisa prevê o uso de nanopartículas para liberação de óxido nítrico buscando melhor germinação de sementes e maior resistência de plantas a estresses, como altas temperaturas e estresses. A UEL já detém uma patente concedida considerando a aplicação dessa nanoformulação.

Além dos pesquisadores brasileiros, o INCT Nano-Agro contará também com colaboradores da Austrália, Espanha, Grécia, Chile, EUA, Escócia, Inglaterra, República Tcheca, Portugal, Índia, Canadá, Chipre, Argentina, Itália e Hungria. Em conjunto, esses pesquisadores atuam de forma multidisciplinar nas áreas de Biologia, Química, Agronomia, Microbiologia, Biotecnologia, Fisiologia Vegetal, Fitotecnia, Ciências Ambientais, Genética, Toxicologia e Ecologia.

Estrutura

Além do INCT Nano-agro, a UEL conta com participação importante na coordenação de outros dois INCTs, ambos relacionados ao curso de Medicina Veterinária, no Centro de Ciências Agrárias. Um deles é o INCT Toxoplasmose Humana e Animal, coordenado pelo professor João Luís Garcia, do Departamento de Medicina Veterinária Preventiva. O outro é o INCT para a Cadeia Produtiva do Leite, coordenado pelo professor Amaury Alfieri, também do Departamento de Medicina Veterinária Preventiva da UEL, que divide a gestão com o professor Geraldo Tadeu dos Santos, da UEM.

Para o diretor de pesquisa da Pró-reitoria de Pesquisa e Pró-graduação (ProPPG) da UEL, professor Eduardo de Almeida Araújo, o ICNT representa um programa oficial com capacidade para grande volume de investimentos de recursos financeiros. Para integrar um INCT, é preciso ter reconhecimento nacional e internacional, e trabalhos que apresentem soluções concretas para o desenvolvimento do país.

Segundo o diretor, pesquisadores das várias instituições do Brasil se organizam para trabalharem em conjunto em propostas que são encaminhadas ao CNPq. O coordenador do grupo tem que ser um pesquisador produtivo, com reconhecimento de sua liderança científica. “Não há muitos INCTs mesmo considerando todo o território brasileiro e, menor ainda é o número de instituições que coordenam esses projetos. Nesse sentido, a UEL tem orgulho de ter três pesquisadores coordenadores de INCTs. Isso reforça o quanto temos evoluído como instituição geradora de conhecimento científico significativo e de tecnologias que transformam a nossa sociedade”, considerou.

Leia também