Por Extenso reúne mais de 300 estudantes envolvidos em atividades extensionistas

Por Extenso reúne mais de 300 estudantes envolvidos em atividades extensionistas

O maior evento de apresentação de trabalhos de Extensão da UEL mostrou como a Universidade amplia laços com a comunidade.

O Centro de Estudos Sociais Aplicados (Cesa) recebeu, ao longo desta quinta-feira (9), estudantes de graduação e pós-graduação de todas as áreas do conhecimento envolvidos em atividades extensionistas. Bastante aguardado na programação de eventos acadêmicos do Paraná Faz Ciência 2023, o VI Por Extenso – Encontro Anual de Extensão Universitária recebeu, neste ano, 325 resumos, superando a edição do ano passado, quando 240 trabalhos foram apresentados. Para os próximos anos, a perspectiva é de que a universidade esteja ainda mais presente na sociedade por meio das ações extensionistas, um reflexo da creditação da extensão já em curso, avalia a Pró-Reitora de Extensão, Cultura e Sociedade (Proex) da UEL.

A ampla maioria dos projetos inscritos no VI Por Extenso foi desenvolvida por estudantes da Universidade Estadual de Londrina, que conta, atualmente, com cerca de 300 projetos de extensão em funcionamento. Ao mesmo tempo, alunos de instituições como Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Londrina e Centro Universitário Filadélfia (Unifil) também trouxeram suas iniciativas, comenta a organizadora do evento e diretora de Eventos da Proex, Ana Luísa Boavista Lustosa Cavalcante. 

Professora Ana Luisa Cavalcante. Ações do Por Extenso contemplam, também, a Agenda 2030 e os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da ONU (André Ridão/Agência UEL).

Para muito além da quantidade, pondera a diretora, os projetos ainda se destacam pela sua capacidade de colaborarem com demandas emergentes em grandes áreas temáticas. Estas áreas envolvem Comunicação e Cultura; Trabalho, Emprego e Renda; Meio Ambiente; Saúde Humana; Saúde Animal; Direitos Humanos e Justiça; Educação de Qualidade; Tecnologia e Inovação. Neste sentido, são ações que trilham o caminho proposto pela Organização das Nações Unidas (ONU) com a Agenda 2030 e os seus 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). 

A expectativa para os próximos quatro anos, adianta o diretor de Programas, Projetos e Iniciação Extensionista da Proex, Paulo Liboni, é de que o número de estudantes de graduação envolvidos nas ações salte dos atuais 2,5 mil para 13 mil. Isso porque a Política de Extensão Universitária, em vigor desde o início do ano letivo de 2023, prevê que todos os alunos matriculados em cursos de graduação presenciais da UEL cumpram 10% da carga horária em atividades e iniciativas extensionistas. 

“Essa discussão teve início com a Política de Extensão, em 2018. Em seguida, em 2022, veio a regulamentação dos aspectos acadêmicos da creditação da extensão, com a resolução dos conselhos de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) e de Administração (CA) da Universidade. E, ao longo deste período, tivemos a reformulação dos projetos pedagógicos dos cursos em parceria com a Pró-Reitoria de Graduação (Prograd) e com a Assessoria de Tecnologia da Informação (ATI). Em 2023, já está tudo em prática”, explica Liboni. 

Renda e empoderamento feminino 

Um dos projetos apresentados vem se destacando pela longevidade e por servir como um impulso para aumentar a renda de moradoras do Assentamento Rural Iraci Salete, entre Alvorada do Sul e Bela Vista do Paraíso. Por meio do projeto, criado em 2007, cursos voltados à produção de alimentos são realizados periodicamente, desafiando os estudantes de graduação a assumirem novas responsabilidades. É o que avaliou a aluna do terceiro ano de Zootecnia da UEL, Bárbara Belloni, responsável por apresentar os resultados de um destes cursos – de produção de geleias – no VI Por Extenso, em coautoria com as estudantes Leticia Neves e Yolanda Dutra.

Bárbara Belloni apresentou um dos 325 resumos no VI Por Extenso – Encontro Anual de Extensão Universitária (Arquivo pessoal).

“Acredito que os projetos extensionistas da UEL fazem uma ponte entre discentes e comunidade externa, possuindo a capacidade de influenciar positivamente os dois. Então, tanto do ponto de vista profissional, quanto pessoal, esse link entre realidades e situações diversas é extremamente enriquecedor. O curso de geleia foi o primeiro que realizei e é diferente, pois além de pensar no propósito e público-alvo, precisa conciliar horários, disponibilidades e condições, tudo isso com uma data limite para ser executado, sem contar com a responsabilidade, pois engloba muitas pessoas”, diz. 

As atividades no assentamento rural tiveram início pela produção de ervas secas, ainda sob o comando do professor Adilson Luiz Seifert, do Departamento de Agronomia (CCA) da UEL. Em 2011, a professora do Departamento de Zootecnia Ana Maria Bridi assumiu a coordenação direcionando as ações para a produção de frango caipira. “E hoje já estamos mais avançados. Nós construímos uma cozinha para fazer geleias, polpas de frutas, trabalhar com a embalagem de mandiocas e outros produtos para a alimentação escolar, e ainda fizemos uma câmara para a maturação de frutas”, comemora a professora.

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O resultado foi visto durante a Feirinha da Cidadania, iniciativa realizada no Calçadão da UEL durante o Paraná Faz Ciência para escoar a produção de trabalhadores da Economia Solidária. Outros momentos importantes para a venda dos produtos são as Feiras do Produtor promovidas pela Secretaria Municipal de Agricultura de Londrina. É o que avalia o trio de produtoras moradoras do assentamento Márcia Gimenez, 63, Isabel Silva, 60, e Sueli Camargo, 57.

“Na verdade, já fizemos muitos cursos graças à UEL. De produção de sabonete, artesanato, manipulação de ervas medicinais, criação de galinha caipira. A gente já aprendeu a fazer geleia de pimentão, geleia de banana com chocolate e de maracujá com manga”, alegram-se.

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